segunda-feira, 26 de abril de 2010

SENTIDO TEOLÓGICO, SIGNIFICADO E SIMBOLISMO DAS VESTES SACERDOTAIS E SUAS CORES NA IGREJA ANGLICANA

Todos que estiveram em um templo anglicano percebam que nas celebrações litúrgicas os celebrantes usam vestes especiais. Entretanto, nem todos sabem o que simbolizam essas vestes, como se denominam, que significado tem e o sentido das cores litúrgicas.

Primeiro é importante entender que as vestimentas litúrgicas não são apenas uma questão de estética ou de vaidade. Significam que alguém está separado e ou designado para uma função de serviço em nome da comunidade orante.

Na verdade, toda a igreja se veste para a celebração comunitária: antepêndios, alfaias, altar, flores, vestes dos celebrantes e as próprias roupas dos membros da comunidade. Cada ofício ou celebração requer vestes apropriadas para a ocasião, ou seja, pela sua própria característica, ou ofícios da igreja e seus celebrantes requerem diferentes vestes litúrgicas. Vamos procurar analisar e entender melhor esta questão.

VESTES COMUNS

A sotaina, batina ou cassock - Uma sotaina ou batina (cassock, em inglês) é uma veste talar usada pelo clero e outros oficiais, além de membros de um coro. A palavra inglesa “cassock” vem da palavra persa “kazhanhand”, que significa “roupão de seda acolchoado”. Pode ser usada com uma faixa à cintura, cuja cor varia segundo o grau na hierarquia eclesiástica. Sua cor mais comum é o preto, usado por seminaristas, diáconos e presbíteros, com um colarinho branco. O preto representa a morte para o mundo, e o branco, a pureza. Bispos usam batina preta ou violácea, com filetes vermelhos e faixa violácea. Já os cônegos usam batina preta ou vermelha, com filetes e faixa vermelhos. Sotainas podem ser usadas por quaisquer oficiais, sejam acólitos, leitores leigos ou membros do coro, em qualquer cor. Durante séculos foi era a vestimenta de uso cotidiano em alguns círculos anglicanos, mas hoje tem se tornada rara.

O colarinho clerical ou clergyman. O “clergyman”(“homem da igreja”, em inglês) bastante usada hoje é um resquício da antiga sotaina de uso diário. O colarinho clerical atual é uma invenção bastante moderna. Provavelmente, foi inventado pelo Rev. Dr. Donald McLeod, presbítero anglicano, em 1826. Tornou-se bastante popular entre as igrejas “históricas” (luterana, presbiteriana e metodista). Os católicos romanos passaram a usá-lo a partir do Concilio Vaticano II, em substituição a batina, em situações especiais, essa adoção deve-se aos padres Jesuítas. É usado por todos os graus de clero: bispos, presbíteros (padres) e diáconos. Na tradição Oriental, às vezes, os subdiácono e leitores também o usam. O colarinho clerical simboliza que quem o usa é um servo, pois este colarinho estava ao redor do pescoço dos escravos no mundo antigo. As pessoas que o usam servem como Ministros de sua Palavra. Toda a igreja tem compromisso com o testemunho de Cristo no mundo, no entanto, o líder compromete-se de modo específico. Assim, o colarinho clerical simboliza esse compromisso pastoral com o anúncio do Evangelho.